Segundo o levantamento, as próteses mais implantadas atualmente têm 200 mililitros de volume, ou seja, sutiã tamanho 38 ou 40 muito diferentes das protagonizadas nos anos 90 até 2015, com tamanhos que vestiam 42, 44 e até 46.
Criado para fins estéticos nos anos 60, o silicone passou a ser largamente utilizado somente trinta anos depois, com avanços tecnológicos e segurança do produto. As cirurgias bem sucedidas viraram o sonho de consumo das mulheres.
O cirurgião plástico João Paulo Figueiredo, Membro Especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica- RJ, da Clínica Marie- Spa e Medicina, na Barra da Tijuca, responde abaixo como anda realmente o desejo das mulheres brasileiras com relação ao aumento ou diminuição dos seios, órgão da anatomia feminina que narra a história da civilização.
1- Porque os seios representam a história de uma civilização?
João Paulo Figueiredo – Cada período da história apresenta os seios com padrões estéticos e comportamentais diferentes. No século XVI, por exemplo, a fartura era o símbolo de saúde e poder econômico e as artes o representam através das mulheres roliças, com mamas grandes em forma de maçã. Já séculos depois a moda apresenta seios fartos saindo dos corpetes. Quando a mulher chegou ao mercado de trabalho a estética pedia seios pequenos e por aí vai. Na Hollywood dos anos 50, os grandes peitos das atrizes eram cobiçados enquanto nos anos 60 os pequeninos, com ares da magérrima modelo Twiggy, quase adolescente, era o ideal estético. Quando o silicone chegou ao mercado, o modelo preferido foi o de grandes próteses, hoje elas realmente diminuíram.
2- É fato que o número de implantes mamários de grande porte caiu consideravelmente? Esta mudança ocorreu a partir de que?
João Paulo Figueiredo – Os padrões de beleza oscilam ao longo dos anos. Não sei precisar exatamente a partir de quando isto começou, porém tenho percebido um aumento do culto ao corpo, resultado em formas mais atléticas e menos voluptuosas. A era das mulheres frutas ficou no passado, dando a vez às sequinhas e saradas. Para tal prática de exercícios, seios volumosos costumam a atrapalhar. Por isso acredito que esta mudança esteja ligada a um novo ideal estético.
3- As mulheres estão trocando suas próteses maiores por outras menores? Quais os tamanhos mais procurados?
João Paulo Figueiredo – Tenho recebido em meu consultório pacientes que colocaram implantes de grandes volumes há alguns anos e agora, depois de amamentar e/ou aumentarem o peso, buscam uma silhueta mais fina. Não existe um volume preferido, mas posso dizer que as pacientes procuram diminuir em torno de 20% o volume do implante prévio.
4- A troca de prótese traz riscos a paciente? Sobra pele? Como é a cirurgia?
João Paulo Figueiredo – Toda cirurgia traz riscos, que devem ser informados à paciente durante a consulta. Pacientes que desejem diminuir o tamanho dos implantes devem estar conscientes que algum ajuste de pele deverá ser feito. A pele foi distendida e deve ser reajustada ao novo tamanho de implante. Nos casos de um pequeno ajuste, este pode ser feito via periareolar total, ou seja, a pele excedente é retirada ao redor da aréola resultando em cicatriz às margens da mesma. Nos casos em que é necessário um ajuste de pele maior a cirurgia resultará em cicatriz ao redor da aréola, uma cicatriz vertical que divide o polo inferior da mama em dois e caso haja necessidade uma cicatriz horizontal localizada no sulco infra mamário.
5- Daqui a dez anos o senhor prevê um novo tipo de cirurgia envolvendo os implantes de seios? Conte-nos como será.
João Paulo Figueiredo – Com a era das mulheres frutas surgiram os exageros em volumes de implantes. Eu acredito que num prazo de mais ou menos 10 anos (prazo em que se deve começar a pensar na troca dos implantes), as pacientes com implantes volumosos comecem a procurar seus cirurgiões para colocarem implantes menores. O impacto do peso desses implantes na estrutura física das pacientes resultará nesta mudança de padrões que está começando agora. Além disso, com o passar dos anos os implantes mamários que pressionam e comprimem o tecido mamário levam a certo grau de atrofia mamária. Isso quer dizer que aquelas pacientes que antes possuíam quantidade de tecido mamário adequada para revestir este implante vão passar a não ter mais, levando-as a palpar as bordas mesmas. A cirurgia para corrigir esta deformidade é a troca do plano de colocação, passando os implantes do plano subglandular (abaixo da glândula) para o submuscular (abaixo do músculo Grande Peitoral).
Serviço:
Clínica Marie – Medicina & SPA
Endereço: Avenida das Américas, 8585 – grupo 411 – Vogue Square Experience – Barra da Tijuca
Telefone: (21) 3586-6591 / (21) 98795-1564
www.drjoaopaulofigueiredo.com
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